
Secretário Albino Rubim (cinza) e presidente do Ibramassinam termo.
Em termos de acréscimo orçamentário, um dos pontos previstos no termo, não há valores estipulados até o momento, apesar do alerta para a "grande defasagem e necessidade de investimento" no estado, citada pelo gestor nacional de museus.
O setor museológico da Bahia pode ser fortalecido, no entanto, após a criação do Instituto Baiano de Museus (Ibam), projeto elaborado pela Secretaria de Cultura, que está sendo finalizado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Liberado pelo PGE, o governador do estado, Jaques Wagner, encaminhará o projeto para votação na Assembleia Legislativa. "Isso demonstra que a Bahia quer sair na frente de outros estados. A criação colocará o estado na vanguarda da gestão de museus no país, no sentido de ter um órgão próprio", acrescenta o presidente do Ibram.
De acordo com a diretora da Dimus, Maria Célia Moura Santos, a vontade de implantar o Instituto Baiano de Museus existe há cerca de cinco anos, mas a ideia foi repensada recentemente com a colaboração da classe museológica. "A Bahia é o primeiro estado a propor um instituto de museus. Será uma autarquia com o objetivo de formular políticas e oferecer apoio técnico de gestão administrativa a todos os sete museus vinculados ao estado, além daqueles presentes nos territórios de identidade, o que dará mais autonomia no funcionamento desses espaços", afirma.

Museu de Arte Moderna da Bahia, situado no Solar do Unhão.
Investimento Enquanto o Ibam não é efetivado, a Dimus estabeleceu eixos prioritários para serem trabalhados este ano, dentre os quais, a reestruturação de edifícios, a requalificação de museus e de suas coleções, além do desenvolvimento de ações culturais e educativas. Um dos tópicos da pauta do ano, segundo a diretora, atua no sentido de repensar a política de arrecadação dos museus por meio da bilheteria. Atualmente, nenhum museu público do estado cobra ingresso aos visitantes.
Para Maria Célia, a medida pode ser alternativa complementar ao atual orçamento, considerado "insuficiente" para as necessidades do setor. "O investimento não é suficiente para a demanda de preservação dos prédios, equipamento, quadro de pessoal, mas tem aumentado gradualmente por conta do contexto geral. Quando tivermos o instituto, teremos um orçamento próprio. Hoje, ele varia de acordo com os projetos e é vinculado ao IPAC. O valor deste ano ainda está sendo aprovado", relata.
O maior acesso à educação da população e interesse dos jovens por cultura estimula a pensar políticas como o Ibam, afirma a diretora - ela ressalva que o número de curso de graduação em museologia, por exemplo, cresceu de três em 2003 para 14 ao longo dos últimos anos, em todo o país. "É um momento na contemporaneidade, os processos culturais, criativos, estão alimentando a sociedade da informação. Nunca se teve tanto desejo por memória, respeito às diversidades, isso é resultado de um mundo em transformação. Há uma demanda imensa para pessoas qualificadas e estamos, inclusive, estimulando a criação de novos cursos nas universidades", acrescenta.

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